Mesmo diante da gravidade da acusação, ele não perdeu os direitos garantidos pelo cargo e continua a receber o salário integral de prefeito, que é de R$ 13.256,08.
O Imparcial
21/07/2025
Preso desde a última terça-feira (15), o prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT), acusado de matar um policial militar durante uma vaquejada no interior do Maranhão, passou por audiência de custódia e segue detido de forma separada dos demais internos. Mesmo diante da gravidade da acusação, ele não perdeu os direitos garantidos pelo cargo e continua a receber o salário integral de prefeito, que é de R$ 13.256,08.
A prisão realizada de forma preventiva foi estabelecida pelo juiz Luiz Emílio Braúna Bittencourt Júnior, com a justificativa de preservar a ordem pública e assegurar o andamento das investigações, assim como a busca pela arma do crime, que até o momento ainda não foi localizada. O preso é investigado por homicídio, mas ainda não foi formalmente indiciado.
O assassinato que vitimou o policial militar Geidson Thiago da Silva, ocorreu no dia 6 de julho, durante uma festa popular em Trizidela do Vale. De acordo com testemunhas que estavam presente no local, a discussão teria começado por causa do farol do carro de João Vitor, que estava incomodando o público. O policial, que estava de folga, teria pedido para que o farol fosse desligado. Em seguida, João Vitor teria sacado uma arma e disparado pelas costas da vítima.
Após alguns dias de repercussão do caso, a Justiça autorizou a prisão preventiva e mandados de busca. O prefeito chegou a depor anteriormente, no entanto foi liberado por não haver flagrante. Desde então, era considerado foragido até se apresentar à polícia na Grande Ilha.
Antes de ser detido, João Vitor pediu licença médica da prefeitura por 125 dias, alegando que estava com abalo psicológico e necessidade de tratamento psiquiátrico. A Câmara Municipal aprovou o afastamento por unanimidade no dia 9 de julho. A vice-prefeita, Maria Etelvina, assumiu o comando do Executivo municipal.
Por ocupar um cargo político com foro privilegiado, caso haja denúncia e aceitação da acusação formal, o caso poderá ser julgado em tribunais superiores. Até o momento, a defesa do preso sustenta a versão de legítima defesa, justificando que a vítima teria ameaçado o prefeito com uma arma durante a discussão. No entanto, testemunhas e a Polícia Civil refutam essa versão.
A arma utilizada no assassinato, um revólver calibre .38, de acordo o próprio prefeito, teria sido um presente e não possui registro. Gravações analisadas pela polícia indicam o prefeito próximo ao carro e ao local do crime, mas não captam o momento exato dos disparos. A perícia nas filmagens segue em andamento.
Ao mesmo tempo, João Vitor Xavier segue isolado em cela especial, sob custódia do Estado, aguardando os próximos desdobramentos do inquérito que pode levá-lo a responder por homicídio qualificado.
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