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Bolsonaro disse à PF que tentou romper tornozeleira com ferro de solda

Equipamento possuía sinais claros e importantes de avaria, diz documento da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape).

UOL
22/11/2025


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse à Polícia Federal (PF) que tentou romper tornozeleira com ferro de solda, segundo documento da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) do Distrito Federal. Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22).

Equipamento possuía sinais claros e importantes de avaria, diz documento da Seape. "Haviam marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local de encaixe/fechamento do case", diz. Bolsonaro foi, então, questionado sobre o instrumento utilizado e informou que fez uso de "solda para tentar abrir o equipamento".

Inicialmente, os agentes foram informados que aparelho havia batido na escada. Segundo o relatório da Seape, a tornozeleira não apresentou sinais de choque em escada. "O dispositivo violado foi então recolhido e a equipe de escolta retornou para posto de vigilância externo à residência", diz documento da secretaria.

Centro Integrado de Monitoração Eletrônica informou que monitora remotamente o réu desde o dia 18 de julho - através de tornozeleira eletrônica. "Ocorre que às 00h07m do dia 22/11/2025 o Sistema de Monitoração gerou alerta indicando violação do dispositivo".

Equipe de escolta posicionada nas imediações da residência do monitorado foi acionada, diz documento. "Os policiais penais realizaram contato imediato com o réu solicitando que se apresentasse para verificação do equipamento", afirma secretaria.

Entrada no local foi autorizada por Bolsonaro, diz equipe em documento. Depois disso, "buscamos um espaço com boa iluminação e energia elétrica, disponível já na sala principal da edificação. Diferente do que havia sido informado inicialmente, a tornozeleira não apresentava sinais de choque em escada", detalha Seape.

Dispositivo violado foi recolhido, informou documento. "O dispositivo violado foi então recolhido e a equipe de escolta retornou para posto de vigilância externo à residência", cita trecho.

Pulseira do equipamento não tinha sinais de avaria, diz relatório. "O equipamento número de série 85916 foi então substituído", cita o documento. "Tornozeleira eletrônica n. 85903 foi instalada. Após confirmação de funcionamento regular, captação contínua de sinal e teste de tração, o monitorado foi liberado para retornar ao repouso."

Por decisão de Alexandre de Moraes, Bolsonaro foi enviado para a Superintendência da Polícia Federal preso preventivamente. A Primeira Turma do Supremo vai decidir se mantém ou não a prisão preventiva em sessão convocada por Moraes para a próxima segunda-feira (24), das 8h às 20h.

A decisão não tem a ver com o cumprimento da pena por tentativa de golpe. Bolsonaro foi condenado pelo STF a 27 anos e três meses. Ele estava em prisão domiciliar com uso de tornozeleira. Defesa tem até a segunda, às 23h59, para questionar a condenação no STF.

A prisão foi solicitada pela PF, sendo atendida e ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes do STF.

Um dos motivos da prisão, segundo investigadores, foi chamamento para vigílias feito pelo filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A PF entende que a ação causaria aglomerações em frente à casa do ex-presidente, o que geraria risco para ele e para terceiros. Citando textos bíblicos, ele pediu uma mobilização permanente pela liberdade pai. A decisão do ministro cita "garantia da ordem pública com risco de aglomeração e para o próprio preso".

Moraes considerou que vigília repetiria estratégia da trama golpista. Decisão relembra vigílias em quartéis e ressalta o risco que uma aglomeração poderia causar, dificultando uma eventual ordem de prisão e até mesmo possibilitando uma possível fuga do ex-presidente.

Ministro determinou que a prisão não expusesse Bolsonaro. O ministro também mandou que a PF não utilizasse algemas no ex-presidente. A Superintendência da PF no Distrito Federal fica no setor policial, uma área localizada no final da Asa Sul de Brasília. Os prédios todos são bem cercados e não há espaço para aglomeração.

Advogados de Bolsonaro disseram que decisão "causa profunda perplexidade". "Principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos (representação feita em 21/11), está calcada em uma vigília de orações", diz a nota.

"Além disso, o estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco. A defesa vai apresentar o recurso cabível", Celso Vilardi e Paulo da Cunha Bueno, advogados de Jair Bolsonaro.
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