SES e Ministério da Saúde reforçam vigilância e dialogam sobre monitoramento de vírus respiratório no Maranhão

Equipes da SES e do IOC/Lacen-MA acompanharam a visita técnica do Ministério, de 1° a 5 de julho, em unidades de São Luís e Imperatriz.

Secom
13/07/2024


A Secretaria de Estado da Saúde (SES) e o Ministério da Saúde reforçaram a vigilância epidemiológica e o monitoramento de vírus respiratórios no Maranhão. Equipes da SES e do Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Maranhão (IOC/Lacen-MA) acompanharam a visita técnica do Ministério, de 1° a 5 de julho, em unidades de São Luís e Imperatriz.

Durante a visita, a equipe do IOC/Lacen-MA acompanhou o Grupo Técnico dos Vírus Respiratórios do Ministério da Saúde em ações de alinhamento da rede de saúde, principalmente no âmbito dos vírus respiratórios, para a implantação de uma nova unidade sentinela, visando consolidar indicadores para analisar e monitorar casos de síndromes gripais em nosso Estado.

Dentre os equipamentos de saúde que estavam envolvidos nessa atividade com o Ministério estavam Vigilância Epidemiológica do Estado, Vigilância Municipal, as unidades sentinelas localizadas na capital - Unidades Mistas do São Bernardo e Itaqui Bacanga, e Hospital da Criança Odorico Matos - e IOC/Lacen-MA. Houve ainda visitas técnicas às instituições de saúde selecionadas pelo Ministério, incluindo a sede do Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Maranhão - IOC/Lacen-MA, em São Luís, e também à unidade do IOC/Lacen-Macrosul, localizada em Imperatriz.

O diretor geral do IOC/Lacen-MA, Lídio Gonçalves, destacou que a proposta do Ministério é para que haja uma rediscussão sobre as unidades sentinelas de vírus respiratórios do Estado do Maranhão, hoje com três unidades sentinelas localizadas na capital. "Com isso, essa ação se faz necessária, para que as articulações aconteçam com o Ministério da Saúde, junto com a Vigilância em Saúde do Estado do Maranhão, a Vigilância Epidemiológica e Vigilância Laboratorial - incluindo o IOC/Lacen-MA, para que se discuta a inclusão de mais unidade sentinelas de vírus respiratórios, que são unidades especializadas para um melhor monitoramento da prevalência de vírus respiratórios no Estado do Maranhão", explicou.

A coordenadora do IOC/Lacen-Macrosul situado em Imperatriz, Débora da Silva Nascimento, comentou que a parceria é muito importante, pois desde a implantação do Instituto na região, há suporte de vigilância à sede principal do IOC/Lacen em São Luís. "Esse projeto é um passo importante para a vigilância e para epidemiologia da região, visto que nós poderemos ter uma amostragem mais específica dos principais vírus circulantes aqui na região. Com apoio do Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde, do Laboratório de Referência Nacional, esse projeto vem fortalecer o que nós estamos implantando com o plano estadual, para que a gente possa desenvolver a saúde pública com mais assertividade", pontuou.

Para a assessora técnica do Ministério da Saúde, Walquiria Almeida, a visita à São Luís serviu para observar de perto como está o serviço da vigilância sentinela das síndromes gripais no Estado. Essa vigilância é uma rede nacional de unidades de saúde que compõem um serviço que é organizado via Organização Mundial da Saúde (OMS) e foi implementado no Brasil desde o ano 2000.

"O Maranhão foi um dos estados selecionados dentro dos nossos indicadores das análises que o Ministério vem desenvolvendo sobre o desempenho da vigilância Sentinelas, para receber as visitas técnicas, que foram feitas em São Luís, e também em Imperatriz, com a intenção de ser implementado também essa vigilância sentinela nessa Regional. O Ministério da Saúde tem considerado de extrema importância que essa Regional de Saúde tenha uma vigilância sentinela de vírus respiratórias pela localização e pela abrangência que ela tem de atendimento nas suas unidades de saúde, para conhecer e monitorar os vírus respiratórios dessa localidade", destacou Walquiria Almeida.

Há mais de uma década a busca por uma forma de prever e agir frente a novas epidemias fez o sistema de vigilância epidemiológica mundial estruturar uma rede de pontos de coleta para monitoramento, que são as unidades sentinelas. Instaladas em todo o país, e de responsabilidade e execução dos governos estaduais, essa Rede de Vigilância atua reunindo dados e informações sobre os vírus que estão transmitindo doenças no Brasil. As informações são compartilhadas com a Rede Mundial de Vigilância da Organização Mundial da Saúde (OMS), que regula, instrui e orienta situações de doenças em todo o mundo.

A bióloga e pesquisadora, Luana Soares Barbagelata, técnica do Instituto Evandro Chagas, situado no Pará, conta um pouco sobre o Instituto, que faz parte da rede mundial de vigilância dos vírus respiratórios e é um dos laboratórios de referência nacional, sendo referência para 10 estados brasileiros da região norte-nordeste, dentre eles o estado do Maranhão. "O IOC/Lacen-MA, que é o laboratório de referência estadual, realiza o diagnóstico por biologia molecular, e encaminha as amostras ao laboratório do Pará para as análises complementares, como cultivo do vírus em cultura celular, testes antígenos, testes fenotípicos, onde se pode avaliar a resistência às drogas antivirais e o sequenciamento do genoma completo, onde é feito o acompanhamento através do mapeamento das mutações, a evolução desses vírus respiratórios. E com essas informações é possível ter uma base para as medidas de controle e prevenção desses agravos no nosso país e também no estado do Maranhão".

A bióloga e encarregada da Biologia Médica do IOC/Lacen-MA, Sulayne Araújo, acompanhou as visitas técnicas que aconteceram em São Luís. "Foi possível ver de perto a organização das unidades sentinelas, atentos às suas dificuldades e as ações bem-sucedidas. Foi alinhado o quantitativo de amostras a serem recebidas pelo Instituto e avaliada a nossa capacidade para ampliar os serviços para outras unidades. No monitoramento de dados deste ano, conseguimos entender quais vírus são responsáveis por infecções pulmonares graves, alguns levam ao óbito. Até junho de 2024, houve uma maior circulação de influenza A, rinovírus e SARS-CoV-2. As informações que coletamos e que são repassadas a nós, dos quais seguem para os panoramas nacionais, precisam refletir de fato a realidade da saúde pública no Maranhão", disse Araújo.

Durante a visita técnica ao Instituto, apresentou-se às técnicas do Ministério da Saúde, o fluxo do Instituto, do recebimento das amostras, como são feitas as análises, quais técnicas são utilizadas, além da importância da bioinformática para análise de dados de sequenciamento de diferentes vírus. "Nós, a nível Nacional, conseguimos perceber que a partir do momento que a gente começou a trabalhar, e de fato deu as mãos para a equipe dos laboratórios nos estados, vimos que todo o processo da vigilância e também com os laboratórios andou melhor, geraram melhores resultados, por isso essa parceria é superimportante", reforçou a consultora técnica do Ministério da Saúde, do grupo de vírus respiratórios, Daiana Silva.

IOC/Lacen-MA

O Instituto Oswaldo Cruz/Laboratório Central do Estado do Maranhão (IOC/Lacen-MA) é responsável pela vigilância laboratorial do Estado do Maranhão, coordena toda a rede de laboratórios públicos e privados do nosso estado, é o Laboratório de Referência Estadual, e atua na complementação diagnóstica com exames de média e alta complexidade. O IOC/Lacen-MA integra a rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e é gerenciado pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh). Neste ano, o Instituto recebeu a certificação do Instituto Pasteur para o diagnóstico molecular do vírus da raiva.

Vigilância de vírus respiratórios

Em maio de 2024, o Brasil foi homenageado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) através das redes SARINet e REVELAC-i pelo seu empenho nos últimos dez anos na vigilância, prevenção e controle de vírus respiratórios. Antes da pandemia de Covid-19, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde já estava ativa no controle de doenças respiratórias como a gripe sazonal. Por meio de sistemas de vigilância epidemiológica e laboratorial, se monitorava a circulação de vírus e padrões de infecção, permitindo respostas rápidas e eficazes a surtos.
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