Magistrados investigados no MA usavam ações contra o Banco do Nordeste para desviar dinheiro, dizem investigadores

Grupo teria 'aliciado' ex-advogado da instituição para entrar com ações na Justiça cobrando milhões de reais em honorários advocatícios. Ações tinham cálculos e trâmites irregulares, diz PF.

g1
14/08/2024


O suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro no Tribunal de Justiça do Maranhão, investigado pela Polícia Federal na operação 18 Minutos, envolvia fraudes em processos relacionados ao Banco do Nordeste.

A informação é de investigadores que acompanham a operação deflagrada nesta quarta-feira (14) - são 55 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça, nos estados do Maranhão, Pará e Rio de Janeiro.

São investigados desembargadores, juízes e advogados, além de outros possíveis envolvidos nos crimes.

Segundo membros da PF, as investigações apontaram uma série de fraudes processuais nesses casos relacionados ao Banco do Nordeste, incluindo:

• manipulação na distribuição da relatoria dos processos;

• correções monetárias feitas sem justificativa;

• aceleração "seletiva" dos processos;

• expedição de "alvarás milionários".

Essas medidas levaram a movimentações atípicas tanto nos processos judiciais quanto nas contas bancárias dos investigados, o que chamou a atenção dos órgãos de fiscalização.

Ainda de acordo com os investigadores, o suposto grupo criminoso teria aliciado um ex-advogado do próprio Banco do Nordeste para entrar com ações judiciais contra a instituição, requerendo o pagamento de milhões de reais em honorários advocatícios.

O que diz Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA)

Por meio de nota, o TJMA informou que está colaborando com a "Operação 18 minutos" da PF. Leia na íntegra:

"O TJMA colabora com operação da PF determinada pelo STJ. O Tribunal de Justiça do Maranhão comunica que tem colaborado com a "Operação 18 minutos", realizada pela Polícia Federal, cumprindo determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na manhã desta quarta-feira (14/08), em algumas unidades do prédio-sede do TJMA e do Fórum de São Luís.

Com fundamento no princípio da transparência e governança, o TJMA atende à determinação do STJ, que expediu mandados de busca e apreensão para a realização da operação pela PF".
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