Maranhão registrou 832 casos de leishmaniose em 2024

Segundo o Ministério da Saúde, o estado, junto com o Tocantins, é considerado de risco muito intenso para infecções da doença.

g1 MA
15/01/2025


A Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão (SES), divulgou os números de casos de leishmaniose registrados em 2024. Ao todo, foram 832 casos, sendo 605 de leishmaniose tegumentar, que provoca lesões na pele e mucosas, e 227 de leishmaniose visceral, que afeta órgãos internos como fígado, baço, medula óssea e gânglios linfáticos. Esta última é a forma mais grave da doença e, em mais de 19% dos casos, pode levar à morte se não for tratada.

Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos dois anos, 30 pessoas morreram em decorrência da doença no Maranhão. O estado, junto com Tocantins, é considerado de risco muito intenso para infecções. É fundamental orientar a população sobre como a doença se transmite e quais são os mosquitos responsáveis.

A prevenção é um aspecto crucial na luta contra a leishmaniose. Para isso, é necessário cuidar dos animais e do ambiente onde vivemos, evitando o descarte inadequado de lixo, que pode contribuir para a proliferação dos mosquitos. A maior incidência da leishmaniose ocorre em cidades litorâneas.

Para prevenir a leishmaniose, recomenda-se o uso de coleiras repelentes em cães. Esse trabalho já é realizado desde 2020 em Caxias, onde cerca de 12 mil cães recebem uma coleira impregnada com inseticida a cada seis meses para afastar o mosquito transmissor da doença.

Para complementar as ações do poder público, veterinários recomendam que a população tome medidas preventivas em casa. Para o médico veterinário Arnaldo Muniz, a instalação de telas de proteção e a limpeza dos ambientes são essenciais para evitar o acúmulo de sujeira que possa atrair o mosquito transmissor.

"Fatores ambientais como desmatamento e ocupação desordenada também contribuem para a transmissão da doença. Com o desaparecimento dos habitats naturais dos mosquitos que se alimentam de animais silvestres, eles começam a buscar ambientes urbanos e domésticos", alerta o médico.

Atualmente, os cães são considerados reservatórios naturais e domésticos da leishmaniose. As medidas de controle envolvem o uso das coleiras impregnadas com inseticida que protegem os cães em aproximadamente 60% dos casos e conferem uma proteção à população em até 92%. A conscientização e ação coletiva são essenciais para combater essa doença no Maranhão.
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