Com isso, todas as unidades federativas da região passam a contar com o sistema voltado à detecção e análise de atividades sísmicas.
Secom
21/05/2025
O Maranhão agora faz parte, de forma efetiva, da Rede de Monitoramento Sismológico do Nordeste brasileiro, com a instalação da primeira estação sismográfica do estado, localizada no município de Estreito. Com isso, todas as unidades federativas da região passam a contar com o sistema voltado à detecção e análise de atividades sísmicas. A novidade representa um avanço nas estratégias de prevenção e resposta a desastres naturais, especialmente no âmbito das ações desenvolvidas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), por meio da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDECMA).
O sistema já está em funcionamento e permite o monitoramento em tempo real, identificando desde fenômenos naturais até atividades antrópicas, como detonações em pedreiras. As informações coletadas pelas estações da Rede Sismográfica do Nordeste (RSISNE) são repassadas para interpretação técnica e utilizadas na elaboração de boletins que orientam as equipes da Defesa Civil. Ao detectar vibrações anormais, as equipes entram em contato para verificação e confirmação dos dados.
De acordo com o subcoordenador regional de Proteção e Defesa Civil da Região MA-Sul, tenente-coronel Walter Junior, a instalação da estação representa um avanço significativo na capacidade do estado de monitorar riscos naturais.
"É a primeira vez que o Maranhão conta com uma estrutura como essa. O sismógrafo instalado em Estreito nos dá uma nova fonte de dados para subsidiar ações de prevenção, preparação, mitigação e resposta. É uma ferramenta que vai melhorar substancialmente nossa atuação enquanto Defesa Civil, principalmente no que diz respeito à segurança da população, e está alinhada com as ações do Governo do Estado voltadas a melhores práticas no enfrentamento a desastres naturais e riscos ambientais", avaliou.
A sensibilidade do equipamento permite detectar com precisão abalos sísmicos de pequena magnitude, o que antes passava despercebido por falta de monitoramento. Com isso, será possível, por exemplo, avaliar se tremores sentidos em áreas urbanas têm relação direta com danos estruturais em edificações - algo até então sem comprovação técnica no estado.
O tenente-coronel também destacou o impacto do sistema na qualificação de análises da geodinâmica local: "Com essa estação, conseguiremos identificar abalos sísmicos, analisar eventos como detonações e mensurar seus reflexos na região. Além disso, observar diversos fenômenos. É um avanço para toda a região Tocantina e para o Nordeste, de forma geral", pontuou.
Outro aspecto relevante é o papel do sistema como ferramenta de apoio à tomada de decisões por parte das autoridades públicas, conforme ressaltou Walter Junior: "As informações geradas em tempo real permitirão a tomada de decisões mais fundamentadas e ágeis diante de situações de risco, integrando ciência e gestão pública para garantir a segurança da população maranhense", concluiu.
Até então, o Maranhão não contava com registros oficiais sobre atividades sísmicas. A ausência de equipamentos especializados impedia diagnósticos sobre a ocorrência desses eventos. Com a inclusão do estado na rede de monitoramento, essa lacuna começa a ser preenchida.
A estação sismográfica foi instalada no campus da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (Uemasul), em parceria com o Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) e apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema).